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A UFV participou, nesta terça-feira (15), do lançamento de um relatório que identifica a frequência de variantes de SARS-CoV-2 no estado. O estudo avaliou amostras de pacientes com covid-19 em todas as 28 Unidades Regionais de Saúde de Minas Gerais. Este é o primeiro trabalho de vigilância genômica do coronavírus realizado em todo um estado e poderá ser usado como ferramenta estratégica para monitoramento da pandemia.

O trabalho mostra que a variante Gama (P.1), detectada inicialmente em Manaus, é a mais frequente em Minas e estava presente em 74% das amostras avaliadas. Também foram identificadas as variantes Zeta (P.2) e a Alfa (B.1.1.7), encontradas inicialmente na Inglaterra. A presença de cada uma delas varia de acordo com as diferentes regiões, como mostra a tabela divulgada abaixo.

O documento é fruto de esforço conjunto da Rede Corona-Ômica BR-MCTI, coordenada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da qual fazem parte três laboratórios da UFV que, desde o início da pandemia, estão realizando testes de covid-19 para diversas regiões do estado. Também fazem parte desta Rede a Fundação Ezequiel Dias (Funed), Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Laboratório Municipal de Biologia Molecular da Prefeitura de Belo Horizonte (LMBM-PBH) e Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Os estudos foram financiados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações.

Para realizar o trabalho, os pesquisadores consideraram a densidade populacional de cada Unidade Regional de Saúde de Minas Gerais. Dos 853 municípios do estado, 282 (33%) foram amostrados. No total, foram analisadas 1.198 amostras que possibilitaram a detecção das variantes que circulam com maior frequência. A identificação é feita por meio de sequenciamento do genoma do vírus.

A pesquisa foi realizada entre março e abril deste ano, mas, segundo a professora Poliane Alfenas, do Departamento de Microbiologia, uma das autoras do estudo, os dados podem se modificar rapidamente e, por isso, precisam ser constantemente acompanhados. “Aqui, na UFV, nós temos feito sequenciamento genético de 30 amostras por semana, confirmando que, por enquanto, a variante P1 continua predominante na região”. Ainda para Poliane, os pesquisadores mineiros querem manter as análises periódicas em regiões chamadas de sentinelas, ou seja, avaliar amostras coletadas apenas nas principais regiões de Minas e não mais por Regionais de Saúde. A continuidade do monitoramento genômico depende, entretanto, da disponibilidade de recursos.

De acordo com os pesquisadores da UFV, segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), as variantes P.1 e B.1.1.7 estão entre as mais preocupantes porque são mais facilmente transmitidas. Por isso, o grupo pretende, agora, coletar informações clínicas de todos os pacientes que tiveram amostras sequenciadas, para verificar se, entre as identificadas, há mesmo variantes mais ou menos agressivas e capazes de gerar agravamento da doença.

Segundo o professor Murilo Zerbini, do Departamento de Fitopatologia, também um dos autores do estudo, os dados coletados possibilitam monitorar o trânsito destas variantes em todo o país e identificar onde estão surgindo novas mutações do vírus e o que fazer para impedir que se alastrem para as demais regiões. “Monitorar a entrada de pessoas que podem trazer novas variantes para o estado, por exemplo, é fundamental para conter a pandemia. Se soubermos quais são as variantes que já estão presentes e onde apareceram as novas, será mais fácil conter o avanço delas”, explicou. Ainda para Murilo Zerbini, conhecer as variantes predominantes pode definir quais as que precisam ser testadas para verificar a eficácia das vacinas que temos disponíveis no Brasil. “Este relatório é como um mapa, uma ferramenta muito importante para o estado e que precisa ser usada para gerenciar o enfrentamento da pandemia”, disse ele.

O relatório, na íntegra, está anexo.

Divulgação Institucional

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ARQUIVO(S) ANEXO(S)

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