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Evento uniu os quatro elementos do Hip Hop no último final de semana de abril

O 9º Conexão Hip Hop foi de muita energia e sucesso. Realizado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Viçosa nos dias 29 e 30 de abril, o evento teve como objetivos incentivar a criação artística, a inovação e a valorização das artes urbanas e fomentar o intercâmbio cultural na área. Neste ano, o Conexão contou com a parceria do Festival Internacional de Hip Hop (FIH2), além do apoio da Secretaria de Educação, Grupo Impacto de Dança, Núcleo de Arte e Dança, Instituto Asas e da Universidade Federal de Viçosa, por meio da professora Andréa Bergallo do Departamento de Artes e Humanidades, da Divisão de Assuntos Culturais (DAC) e da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PEC).

O evento teve início com a Mostra de Grafitti. Selecionado via edital, o artista plástico J’Azullum deixou sua arte em uma das paredes do ginásio da Escola Municipal Ministro Edmundo Lins na manhã de sábado, 29. O jovem fez uma recriação de sua obra autoral intitulada “Negro Drama”, homenageando a música de mesmo nome do grupo Racionais MC’s. Segundo J’Azullum, seu conceito engloba a “representatividade da população negra e periférica, com uma dialética do inconsciente, usando elementos subjetivos que levam o observador a pensar sobre o lugar e a imagem construída sobre o povo negro no Brasil”.

A partir das 14h, a programação do Conexão Hip Hop aconteceu integralmente no Espaço Multiuso da Universidade Federal de Viçosa. De forma presencial, dançarinos e MCs da cidade e da região fizeram suas inscrições para as batalhas artísticas do evento. Às 16h, todos se reuniram em uma grande roda e deram início a um aquecimento para os confrontos, mostrando um pouco das suas habilidades nas danças urbanas.

Com a condução do rapper Quarta Letra como mestre de cerimônias e do DJ SNF na controladora, comandando o som, as batalhas foram iniciadas na modalidade All Style, que abarca segmentos variados das danças urbanas, como o passinho, o funk, o vogue, entre muitos outros. Dezesseis dançarinos participaram da competição em duelos muito difíceis e equilibrados. Ao final, Sávio Caetano, de Viçosa, conquistou o segundo lugar, enquanto Marcelynho, do grupo NewClan, da cidade de Ubá, foi o campeão da categoria.

A batalha de MCs foi a próxima. Com sete competidores, os participantes tiveram que mostrar o talento nas rimas, em disputas clássicas da cultura hip hop. O júri, formado pelos beatmakers Mathinvoker e Koreia, classificaram dois viçosenses para a final: GBala e Jota-X.

Por último, foi realizada a batalha de breaking, com oito b-boys. Cheia de movimentos acrobáticos e passos complexos, exigindo muita força e equilíbrio, a competição inflamou o público. Com muita aclamação, Guinim ganhou a medalha de prata e Maycon Stuart a de ouro, ambos da NewClan. Todos os duelos de dança do evento foram avaliados pelos artistas Filipe Fil, Jael Souza e (Ivan) Saiyajin.

Também da cidade de Ubá, o cantor Corrêa, da produtora Correria Records, fez um show e tanto no Conexão, interpretando sucessos do rap, trap e funk atuais, de nomes como Djonga e FBC, além de músicas autorais. Os bboys presentes aproveitaram os beats com muita energia e até quem não tinha muita experiência com a dança curtiu o som fazendo passinho.

O domingo (30) no Conexão Hip Hop foi voltado para as danças urbanas. Após a passagem de palco dos grupos participantes da classificatória para o Festival Internacional de Hip Hop, os integrantes se reuniram para os workshops oferecidos pelos professores do Centro Experimental de Artes (CEA). Maria Cecília deu início à manhã de oficinas, ensinando uma coreografia de passinho de BH, também conhecido como malado. Apesar do ritmo acelerado, a aula de Cecília atendeu até as pessoas menos experientes, que conseguiram executar todos movimentos no final do workshop.

O professor de Jazz Funk, Wallace Costta, foi o segundo a ensinar sua dança. Seguindo batidas fortes, a mistura dos dois gêneros musicais traz movimentos mais leves e marcas expressivas de sensualidade. Para a oficina do Conexão, Wallace escolheu a música “Shot Clock”, da cantora inglesa Ella Mai.

A programação de workshops foi encerrada com o professor Filipe Fil passando um pouco dos seus conhecimentos sobre o Hip Hop em sua versão mais clássica. Os participantes foram desafiados a dançar a canção “No Guidance”, dos cantores Chris Brown e Drake, em passos fluidos e cheios de gingado, exigentes de bastante coordenação e atenção ao ritmo.

Já na parte noturna do evento, no auditório Fernando Sabino, o Conexão Hip Hop contou com uma breve apresentação musical dos rappers Stgma e William Romano, da produtora Autonomia Records, de Viçosa. Os artistas abriram a noite com duas músicas autorais, incluindo “Campeão”, composição feita para os 50 anos dos Jogos Escolares Viçosenses (JEVs).

O Festival de Danças Urbanas, com a classificatória para o FIH2, teve a participação de quatro grupos. O primeiro a se apresentar foi a turma de Jazz Funk do CEA, com a coreografia “Tempestade”. Em seguida, a V8 Crew, também do Centro Experimental, subiu ao palco com “Frenesi”. A ubaense Oeste VII, do coreógrafo Lukas Pereira, apresentou a montagem “Dinastia 7”. Já a última apresentação foi do Na Manha Crew, do CEA, com “Inanição”. Todas as coreografias foram filmadas e, com o registro em vídeo, os grupos puderam se inscrever para o Festival Internacional de Hip Hop, que oferecerá uma bolsa de 50% de desconto para a melhor equipe.

Fechando o Conexão Hip Hop de 2023, todos os grupos entraram juntos no palco do Fernando Sabino e comemoram com muita dança, encerrando o evento com a melhor das energias, bastante alegria e talento de sobra.

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