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Desde a criação da Associação Internacional de Esportes da Mente (IMSA) em 2005, esta modalidade ganhou muito em termos de organização e profissionalismo. A IMSA engloba atualmente as federações internacionais de sete jogos (xadrez, bridge, mahjong, xiangqi, damas, go e poker) e busca alcançar objetivos comuns a todas, como uma possível futura inclusão nas Olímpiadas.

No Brasil, duas dessas modalidades se destacam a nível profissional: o poker, que tem como entidade máxima a Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), e o xadrez, que é organizado pela Confederação Brasileira de Xadrez (CBX). Ambas as confederações trabalham muito para promover esses esportes da mente, e os resultados já começaram a aparecer.

Segundo dados divulgados pela CBTH, há mais de sete milhões de praticantes de poker no Brasil (entre jogadores profissionais e recreativos). Enquanto isso, o BSOP é maior campeonato de poker ao vivo da América Latina.

O número de jogadores de poker no país em 2019 é superior aos registrados em 2012 e 2013, respectivamente 4 milhões e 5 milhões de competidores. O que sugere um crescimento impressionante de cerca de 1 milhão de novos entusiastas por ano.

Em proporções menores, se comparado ao poker, o xadrez também cresceu nos últimos anos em número de praticantes e torneios no Brasil. De acordo com relatório divulgado pela CBX, somente no passado foram disputados 333 torneios em todo o país, um marco histórico.

Atualmente, há mais de 30 mil jogadores enxadristas registrados na CBX. Segundo Darcy Lima, presidente da CBX, parte do crescimento do xadrez na atual década se deve à sua boa adaptação em relação a linguagem das novas mídias.

“Hoje todo o xadrez tem a linguagem das novas mídias, o xadrez não tem a linguagem das mídias tradicionais. Na internet tudo é dinâmico, você pode parar, pode voltar (uma partida), pode fazer comentários em uma transmissão”, disse Darcy em declarações para o programa “Menorah na TV”.

O Estado de Minas Gerais está muito bem servido por atletas de alto calibre técnico em ambas as modalidades, e diversos dos seus competidores se encontram no rol dos melhores do Brasil.

Atual campeão brasileiro de xadrez é mineiro

O belo-horizontino Roberto Molina, mestre internacional em xadrez, é o atual campeão brasileiro desse esporte da mente. A inédita conquista de Molina veio em fevereiro deste ano, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.

O título do belo-horizontino, que atualmente reside em Montes Claros, encerrou um grande tabu para o xadrez mineiro, pois fazia 45 anos que um representante de Minas Gerais não vencia o Campeonato Brasileiro de xadrez.

“Depois de 45 anos, o campeão brasileiro voltou a ser um mineiro. Desde que comecei a estudar xadrez pensava nisso, mas claro, você vai aprendendo e disputando campeonatos e vê que não é tão simples assim. Por isso, essa conquista é uma alegria imensurável”, disse Roberto em declarações para o GloboEsporte.com.

O enxadrista também dá aulas e desenvolve projetos do esporte para escolas públicas de Montes Claros: “Hoje trabalho pela internet, dando aulas, mas já estou em contato com algumas pessoas, para tentar, especialmente nas escolas públicas, desenvolver projetos, e até pensando em estender para faculdades, além de capacitar professores para serem multiplicadores.”

Poker mineiro com dois representantes entre os dez melhores do país no poker online

Assim como aconteceu em muitos Estados brasileiros, o poker mineiro tomou grandes proporções na década atual. No cenário online, Minas Gerais conta com dois jogadores no top 10 de jogadores brasileiros, de acordo com o site especializado em poker online PocketFives (conteúdo em língua inglesa).

O mineiro Pedro Madeira é um dos maiores nomes do Brasil nessa modalidade e desde 2015 está na prateleira de cima do poker online nacional. Segundo o ranking do PocketFives, Madeira é sexto melhor jogador do país atualmente.

 Photo by Carlos Monti

“Se analisarmos em termos de resultados, eu já tive momentos (da carreira) em que ganhei mais. Mas hoje me sinto mais preparado, disciplinado, organizado e, principalmente, mais maduro”, contou Pedro para o site SuperPoker.

Muito dinâmico e aberto ao público, o poker online permite que qualquer jogador tenha a possibilidade de disputar em grandes eventos. A 888 Poker Online, por exemplo, uma das principais referências do setor, oferece aos jogadores recreativos e profissionais muitas oportunidades em diversos torneios gratuitos e até mesmo competições de destaque internacional, como a última edição do WSOP, considerada a “Copa do Mundo do Poker”.

Vale destacar que no último Campeonato Mundial de Poker Online o Brasil foi o país que teve maior número de representantes com medalhas de ouro, ficando à frente de grandes potências desse esporte, como o Reino Unido e a Rússia.

João Simão é o atleta mineiro com maior representatividade no cenário internacional. Melhor jogador de poker online do mundo em 2016 e o oitavo melhor competidor do país em 2019, Simão tem um dos currículos mais vitoriosos em toda a história do poker brasileiro.

“Sou um defensor dos especialistas online, por motivos óbvios. Jogamos milhares de mãos por dia, centenas de torneios por semana. Estudamos diversas estatísticas com uma amostragem absurdamente maior. Isso se traduz em uma “escola” muito mais completa que a do poker ao vivo. Qualquer especialista online que se esforçar para adaptar bem as particularidades do poker ao vivo, fará bonito”, disse o mineiro em entrevista para o site CodigoPoker.

Em excelente fase, o belo-horizontino é o único jogador brasileiro presente no grupo dos 100 melhores do ranking mundial da Global Poker Index (GPI). Um dos rankings mais respeitados da comunidade mundial, a tabela da GPI engloba todas as modalidades e contabiliza o desempenho dos jogadores profissionais nos últimos quatro anos.

Os grandes feitos protagonizados pelos mineiros nos esportes da mente mais populares do país, especialmente em um período de expansão do xadrez e poker nas novas mídias, são muito relevantes para incentivar uma nova geração de praticantes a ingressarem nessas modalidades no Estado, e podem, ainsa, ser a chave para criar um futuro promissor.

 

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